Economia e Negócios

Governo anuncia pacote para estimular exportações

Com crescimento econômico e dólar barato, superávit comercial recua 65%.
Segundo Mantega, pacote cria banco para financiar comércio exterior.









O governo federal anunciou nesta quarta-feira (5) um pacote de medidas para estimular as exportações brasileiras, que, neste ano, têm crescido bem menos do que as compras feitas no exterior - o que tem resultado em forte queda do superávit da balança comercial brasileira.
"Hoje, vivemos uma crise internacional lá fora, porque aqui não temos crise, mas isso agudiza a competição e concorrência e temos de estar tomando sempre medidas para que a produção brasileira seja mais competitiva", disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo ele, o "mundo todo" desonerou exportações e o Brasil está apenas "entrando em linha" com o que acontece no resto do planeta. "É uma política totalmente saudável, que não tem efeito colateral", acrescentou.
Situação da balança comercial
De janeiro a abril deste ano, o superávit da balança comercial recuou 65,7% sobre igual período de 2009, por conta do ritmo mais forte de crescimento da economia (que estimula as importações) e, também, do dólar mais desvalorizado - fator que torna as exportações brasileiras mais caras e barateia as compras feitas do exterior. Os fracos resultados da balança comercial estão impactando as contas externas brasileiras que, neste ano, de acordo com estimativa do BC, deve apresentar um rombo de quase US$ 50 bilhões.
Banco para o comércio exterior
Entre as medidas do pacote de estímulo às exportações, está a criação de um banco para financiar as operações de comércio exterior brasileiras, que está sendo apelidado de Eximbank brasileiro, nos moldes do Export-Import Bank dos Estados Unidos. A instituição se chamará Exim-Brasil.
Este banco será ligado ao Banco Nacional de Deesnvolvimento Econômico e Social (BNDES), que operará com uma carteira de US$ 13 bilhões. Segundo ele, há US$ 20 bilhões de operações em análise, para os próximos anos, pelo BNDES. "As operações de comércio exterior do BNDES serão transferidas ao Exim-Brasil", disse o presidente da instituição, Luciano Coutinho. Segundo ele, o banco deve começar a operar em agosto deste ano.
Devolução de créditos
Além dessas medidas, foi anunciada a devolução mais rápida dos créditos do PIS e da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para as empresas exportadoras.
"A devolução de crédito tributário para as empresas exportadoras vem sendo demandada há muito tempo. Atualmente, a devolução dos créditos tem demorado até cinco anos para ser efetivada. Agora, vamos acelerar essa devolução, que se dará em até 30 dias após a solicitação", disse Mantega.
Segundo ele, até 50% dos créditos serão devolvidos. Isso poderá ser feito por empresas que tenham exportado 30% de sua produção, nos últimos dois anos, que sejam tributadas pelo lucro real e que utilizem a nota fiscal eletrônica.
Eliminação do redutor do imposto de importação sobre autopeças
Segundo o ministro Guido Mantega, o desconto de 40% dado para as montadoras na importação de autopeças, em relação ao que é cobrado nas revendas, será eliminado dentro de até seis meses. O objetivo da medida é favorecer a produção de autopeças no mercado interno, em detrimento das compras feitas no exterior. Dados do Ministério da Fazenda mostram que as compras do exterior de autopeças vem "crescendo rapidamente" e, atualmente, o setor já é deficitário (com mais importações do que exportações).
Atuação das micro e pequenas empresas
Segundo o ministro, o governo também decidiu ampliar o poder de atuação das empresas inscritas no Simples Nacional, que, pelas regras atuais, não podem ter faturamento anual acima de R$ 2,4 milhões. Com o pacote de exportações, estas empresas não vão precisar computar os valores exportados dentro deste limite, em até R$ 2,4 milhões por ano. "Queremos estimular as pequenas empresas a participarem do esforço exportador", explicou Mantega. Segundo ele, essa medida ainda necessita da aprovação do Congresso Nacional.
Sistema de garantias e seguro
O ministro Mantega anunciou ainda que haverá uma modernização do sistema público de garantias para viabilizar as exportações. "Há uma demanda maior por garantias nas exportações. Vamos reorganizar", disse ele.
Acrescentou que os vários fundos garantidores existentes, como o fundo garantidor da indústria naval, para o setor de energia, serão transformados em apenas um fundo, que assegurará todas as operações de infraestrutura, que terá, inicialmente, R$ 5 bilhões. A expectativa do ministro é que o fundo opere em "um curto espaço de tempo".
"Vamos unificar todos eles em um único fundo garantidor para infraestruutra, de modo que ele tenha uma alavancagem maior", disse ele, que também anunciou a criação da Empresa brasileira de garantias. "A empresa dará todas estas garantias destes fundos. Terá mais agilidade para operar e deverá fazer consórcio com o setor privado de seguros", disse o ministro.

Mantega informou que também está sendo criado um fundo garantidor de comércio exterior, que terá, de início, R$ 12 bilhões. "Ele herdará os recursos do fundo garantidor atual e deverá atuar principalmente no comércio exterior e vai ter também mais agilidade para fazer alavancagem nas exportações", explicou.
Crédito para as exportações de bens de consumo
Outra medida, já aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é a abertura de um uma linha de crédito de R$ 7 bilhões, com juros subsidiados pela Secretaria do Tesouro Nacional, para exportações de bens de consumo (automóveis, eletrodomésticos e eletroeletrônicos, entre outros). Os recursos poderão ser buscados no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com juros de 7% ao ano, até o fim de junho, e de 8% ao ano a partir do início de julho.
Preferência para bens e serviços nacionais em compras governamentais
O pacote também autoriza a União a conceder "margem de preferência" a bens e serviços
nacionais em suas compras governamentais. Segundo o governo, o preço do produto nacional não poderá exceder a 25% o preço do similar importado.


 Bovespa cai com desempenho fraco de Vale e Petrobras

Principal índice, o Ibovespa, perdeu 0,61%, para 67.119 pontos.
Vale e Petrobras tiveram quedas de mais de 2% nesta segunda.

 















A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda nesta segunda-feira (3). O Ibovespa, principal índice do mercado paulista, perdeu 0,61%, para 67.119 pontos.
O giro financeiro da sessão ficou em R$ 6,5 bilhões. O fraco desempenho de grandes empresas ofuscou um dia de maior tranquilidade e otimismo no exterior.
Após ensaiar uma alta no início das negociações, o índice não conseguiu se sustentar após seus papéis de maior liquidez, Vale e Petrobras, aprofundarem suas baixas em questões pontuais, mesmo com um cenário externo mais favorável.
As ações da petrolífera caíram 3,96%, para R$ 31,50. Os papéis da mineradora tiveram queda de 2,54%, para R$ 45,35.
Dados dos Estados Unidos animaram o mercado europeu, que deixou de lado a desconfiança sobre os rumos do pacote de ajuda à Grécia e receio de contágio para outros países com grande.


Dólar fecha em queda nesta segunda-feira

Moeda norte-americana perdeu 0,35%, para R$ 1,732.
Dólar caiu apesar da alta da moeda nos mercados internacionais.

 


 

 

 

 

 

O dólar começou a semana fechando em queda nesta segunda-feira (3). A moeda norte-americana perdeu 0,35%, para R$ 1,732.
A cotação é a mesma de quinta-feira (29), que foi a menor desde 8 de janeiro de 2010. (Inicialmente, a reportagem informava que era a menor cotação desde janeiro). 
O dólar se desvalorizou no Brasil apesar do movimento no exterior, onde a moeda subia frente a uma cesta com as principais divisas, e apesar da atuação do Banco Central, que realizou dois leilões de compra da moeda nesta segunda.
O real segue beneficiado pela perspectiva de alta de juros no Brasil, o que motiva investidores a realizarem o chamado "carry trade" - operação pela qual captam recursos em países de juros baixos e os aplicam em outros com taxas maiores.
Profissionais da área de câmbio citam que as principais movimentações ocorrem no segmento futuro, com agentes antecipando fluxo de entrada de dólares, o que acaba contaminando os negócios à vista.
O anúncio da ajuda à Grécia no fim de semana dissipou temores de uma moratória, mas investidores ainda mostravam apreensão acerca dos efeitos das medidas fiscais exigidas para a liberação da ajuda.
No Brasil, o governo divulgou que o país teve um superávit comercial de US$ 1,28 bilhão em abril, resultado de exportações de US$ 15,16 bilhões e importações de US$ 13,88 bilhões.


China segue como principal compradora de produtos brasileiros

A economia asiática assumiu o posto no ano de 2009.
Nos quatro primeiros meses deste ano, China segue na frente.













A China, que assumiu em 2009 o posto de principal compradora de produtos brasileiros ao desbancar os Estados Unidos, manteve a liderança neste ano, segundo números divulgados nesta segunda-feira (3) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Em abril, a China comprou US$ 2,5 bilhões do Brasil, enquanto que os Estados Unidos importaram US$ 1,6 bilhão. Nos quatro primeiros meses deste ano, as compras do país asiático somaram US$ 7,2 bilhões, sendo o principal comprador do período, contra R$ 5,9 bilhões dos EUA.
Entre os destaques das vendas brasileiras para a China neste ano, estão: soja em grão, petróleo em bruto, celulose, couros e peles, aviões, catodos de cobre e máquinas e equipamentos.
"A China deve provavelmente continuar na frente. O aumento do preço do minério de ferro tende a contribuir para que a China mantenha a liderança. Esse impacto virá ao longo do ano. Não é imediato", disse o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral.


Toyota cai para 3º lugar em vendas nos Estados Unidos

General Motors lidera o ranking com 183.997 unidades vendidas no mês.
Ford também se recupera e fecha período com a venda de 162.996 unidades.

 

 











O mercado norte-americano de veículos começa a se recuperar da crise financeira que abalou o mundo e o ranking das montadoras sofre alterações. A até então líder de mercado, a japonesa Toyota, caiu para o terceiro lugar em vendas no mercado americano em abril, atrás da General Motors e da Ford, apesar de um aumento de 24,4% nas vendas em relação a um ano atrás, com 157.439 veículos vendidos.
A Toyota enfrenta uma crise de credibilidade nos Estados Unidos e em outros países do mundo, após anunciar uma série de recalls de seus produtos.
A General Motors retoma a liderança no mês de abril e registra a venda de 183.997 unidades, aumento de 6,4% na comparação anual. De acordo com a companhia, as marcas Chevy, Buick, GMC e Cadillac venderam 20% a mais em abril no mercado norte-americano na comparação com o mesmo período de 2009.
Os estoques da montadora no país estavam em 430 mil unidades no final de abril, aumento de 3 mil unidades sobre março e redução de 311 mil unidades contra abril de 2009.
Já as vendas da Ford progrediram 25,5% nos Estados Unidos em abril em relação ao mesmo mês de 2009 com a venda de 162.996 veículos, depois de experimentar no mês passado uma alta de 40%. "A Ford continua registrando fortes vendas e seguiu ganhando parte do mercado em abril ", afirma o comunicado da empresa.
A também americana Chrysler anunciou nesta segunda-feira (3) que suas vendas domésticas subiram 25% em abril na comparação com o mesmo mês de 2009, a melhor cifra mensal da empresa desde julho de 2005.
"Abril foi um mês muito positivo para o Grupo Chrysler, com resultados concretos que destacam que a companhia está em um bom caminho e tomando impulso", declarou o principal executivo da montadora, Fred Diaz.
No acumulado do ano até abril, as vendas das quatro principais marcas da fabricante de automóveis avançaram 31% nos EUA.
Crescimento nos EUA
Os fabricantes de automóveis esperam outro mês de resultados positivos em abril com a venda de um montante de mais de um milhão de veículos nos Estados Unidos, cerca de 23% superior ao volume registrado no mesmo mês de 2009.
A empresa de análise do setor J.D. Power assinalou que a venda de automóveis a particulares, que exclui as frotas adquiridas por empresas, também está previsto que aumente em 22%, para 804.200 unidades.
"Embora as vendas para particulares de novos veículos em abril tenha se beneficiado da continuação dos programas de incentivos de março, a média de incentivos por veículos são substancialmente mais baixos do que há um ano" afirmou Jeff Schuster, diretor de previsões de J.D. Power.
A Edmunds.com também prevê um aumento da demanda em abril comparada com o mesmo mês de 2009. Mas seus números são um pouco mais modestos. O portal de internet calcula vendas totais de 988.100 unidades, 20,9% de aumento em relação a abril de 2009, mas 7,1% menos que em março de 2010.

 

Carlos Ghosn tem mandato renovado na presidência da Renault

Brasileiro de origem libanesa terá mais quatro anos à frente da empresa.
Companhia ainda enfrenta consequências da crise financeira mundial.













Os acionistas da francesa Renault aceitaram o pedido de renovação de mandato do atual presidente da companhia, Carlos Ghosn. Com a reeleição, o brasileiro de origem libanesa terá mais quatro anos à frente da empresa.
Em 2002, Ghosn era administrador dentro do grupo e assumiu a direção operacional em abril de 2005 e a presidência no ano passado, sem deixar, por causa disso, a direção da Nissan, o sócio japonês da Renault.
Ghosn, que chegou à Renault com o prestígio de ter reerguido a Nissan e com uma imagem de “cost killer” (redutor de custos), deverá agora fazer frente ao desaparecimento progressivo das ajudas públicas estatais ao setor na Europa, seu principal mercado.
O plano de troca de carros velhos manteve as vendas durante o primeiro trimestre. A cifra de negócios aumentou quase 28,4% a 9,072 bilhões de euros. Mas este efeito poderá terminar no segundo trimestre, e a Renault se mostra prudente no que diz respeito ao resto do ano.
Efeitos da crise
Na última terça-feira (27), a montadora reiterou que espera "condições ainda difíceis em 2010 e um mercado europeu que poderá sofrer uma queda de 10%” em relação a 2009.
A Renault faz parte dos grupos automobilísticos mais afetados pela crise, com perda líquida de 3,1 bilhões de euros em 2009, devido, em sua metade, à participação em empresas associadas como a japonesa Nissan e a montadora sueca de caminhões Volvo.
O resultado da situação é que, pelo segundo ano consecutivo, a montadora não deverá repassar dividendos a seus acionistas.
Quanto ao valor da ação Renault, apesar de quase duplicar no ano passado, foi dividida por mais de cinco em 2008.